É incontável o
número de professores de história, críticos sociais, e todos esses que entendem
da questão social que dizem que o Brasil é “um país sem memória”. Observando e
analisando a cultura comportamental que temos por aqui, é de se concordar que
essa máxima está corretíssima. Podia-se pensar que isso é causado em virtude do
egoísmo, do individualismo que se instalou nesta terra por algum motivo não bem
declarado ao longo de sua história. Em tempos de ditadura militar muitos foram
torturados, exilados e humilhados na luta por seu próprio país, por um sistema
governamental justo. Agora que surge a chance de rever os acontecimentos e
resgatar a história recente do Brasil, com esclarecimentos, os principais
interessados, os cidadãos brasileiros, continuam como muitos na época da
ditadura: passivos ao que é imposto pelas autoridades.
Mesmo depois de tanto sangue derramado, “misteriosamente”,
em solo brasileiro, sangue de nossa gente, parece que permanece o descaso
público em relação à vida de lutas, batalhas e sonhos que muitos tiveram. O
problema não está simplesmente pairado no ar. O ponto é que o desleixamento brasileiro
quanto ao passado da ditadura militar já começa na escola. Somos carentes em
termos de período de tempo que o brasileiro gasta na escola, qualidade de
professores etc. Acabamos por perder o desenvolvimento do pensamento crítico e,
consequentemente, temos cidadãos que não se importam com o passado. Parece que
nos esquecemos que nossos pais, avós, tios, bisavós e pessoas próximas em geral
viveram nesse passado negro do Brasil.
Em termos de
literatura, que é o tema central deste blog, também não temos muita coisa
interessante. O livro Lord Baccarat, de Alcy Cheuiche, por exemplo, nos traz o
cenário de ditadura militar, porém não como foco central. Através das palavras,
podia-se implantar mais marcada e facilmente no pensamento das pessoas, a
importância do passado brasileiro. Obviamente as editoras percebem que é muito
mais fácil e culturalmente aceitável vender livros de romances adolescentes
baratos e de baixa qualidade a nossos jovens. O livro, quando bem escrito, é
capaz de levar pra dentro da história, além de estimular a imaginação do leitor
deixando-o livre para montar detalhes do cenário, personagens e tudo mais
Em resumo, não
precisamos nós, cidadãos, conhecer filosofia, clássicos da sociologia e
antropologia para tomar consciência da importância e necessidade que nossa
história tem. Se a justiça deve ser feita agora ou não com aqueles que mataram,
torturaram e mancharam anos de nosso país, é uma ótima questão. É necessário
que aprendamos a criticar e não falar mal, a argumentar ao invés de ignorar.
Com isso estaremos cada vez mais longes de acontecimentos ocorridos no Brasil
em décadas passadas.
Por: Mateus Gross
Por: Mateus Gross
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