quarta-feira, 13 de junho de 2012

“Amnésia Coletiva”


É incontável o número de professores de história, críticos sociais, e todos esses que entendem da questão social que dizem que o Brasil é “um país sem memória”. Observando e analisando a cultura comportamental que temos por aqui, é de se concordar que essa máxima está corretíssima. Podia-se pensar que isso é causado em virtude do egoísmo, do individualismo que se instalou nesta terra por algum motivo não bem declarado ao longo de sua história. Em tempos de ditadura militar muitos foram torturados, exilados e humilhados na luta por seu próprio país, por um sistema governamental justo. Agora que surge a chance de rever os acontecimentos e resgatar a história recente do Brasil, com esclarecimentos, os principais interessados, os cidadãos brasileiros, continuam como muitos na época da ditadura: passivos ao que é imposto pelas autoridades.
 Mesmo depois de tanto sangue derramado, “misteriosamente”, em solo brasileiro, sangue de nossa gente, parece que permanece o descaso público em relação à vida de lutas, batalhas e sonhos que muitos tiveram. O problema não está simplesmente pairado no ar. O ponto é que o desleixamento brasileiro quanto ao passado da ditadura militar já começa na escola. Somos carentes em termos de período de tempo que o brasileiro gasta na escola, qualidade de professores etc. Acabamos por perder o desenvolvimento do pensamento crítico e, consequentemente, temos cidadãos que não se importam com o passado. Parece que nos esquecemos que nossos pais, avós, tios, bisavós e pessoas próximas em geral viveram nesse passado negro do Brasil.
Em termos de literatura, que é o tema central deste blog, também não temos muita coisa interessante. O livro Lord Baccarat, de Alcy Cheuiche, por exemplo, nos traz o cenário de ditadura militar, porém não como foco central. Através das palavras, podia-se implantar mais marcada e facilmente no pensamento das pessoas, a importância do passado brasileiro. Obviamente as editoras percebem que é muito mais fácil e culturalmente aceitável vender livros de romances adolescentes baratos e de baixa qualidade a nossos jovens. O livro, quando bem escrito, é capaz de levar pra dentro da história, além de estimular a imaginação do leitor deixando-o livre para montar detalhes do cenário, personagens e tudo mais
Em resumo, não precisamos nós, cidadãos, conhecer filosofia, clássicos da sociologia e antropologia para tomar consciência da importância e necessidade que nossa história tem. Se a justiça deve ser feita agora ou não com aqueles que mataram, torturaram e mancharam anos de nosso país, é uma ótima questão. É necessário que aprendamos a criticar e não falar mal, a argumentar ao invés de ignorar. Com isso estaremos cada vez mais longes de acontecimentos ocorridos no Brasil em décadas passadas.

Por: Mateus Gross 

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