quarta-feira, 13 de junho de 2012

Prontos a morrer pela gula: mas pelas mãos de quem?

Gula - O Clube dos Anjos é um livro do escritor brasileiro Luis Fernando Verissimo, publicado em 1998.
Faz muitos anos, Daniel é membro de um clube de amigos que se reúne uma vez ao mês para comer. São aficionados pela comida fina. Começaram como jovens todos com dinheiro e possibilidades, e continuaram enquanto cada um deles desperdiçava suas oportunidades e deixaram suas vidas em alguma forma de ruinas. Já o clube está a ponto de dissolver depois de traições e brigas. Mas Daniel se encontra com um estrangeiro misterioso – um tal Lucídio – que oferece cozinhar ao grupo. Reúnem-se, e no próximo dia, um dos membros aparece morto! Foi por causa da comida? Ninguém sabe, pelo menos até o próximo jantar. Segue um conto de vingança, de ira, e – mais que nada – de gula.
Esse livro é diferente dos que eu estou acostumada a ler do Veríssimo, normalmente leio as crônicas como "O Analista de Bagé", varias histórias com bastante humor.
Este romance é criativo, com a prosa interessante e entretido que já esperava de Veríssimo. Não achei o mistério tão entretido,  mas talvez se trate de questões fundamentais da natureza humana. Eu o recomendo.

Por: Rayra Krajewski

“Amnésia Coletiva”


É incontável o número de professores de história, críticos sociais, e todos esses que entendem da questão social que dizem que o Brasil é “um país sem memória”. Observando e analisando a cultura comportamental que temos por aqui, é de se concordar que essa máxima está corretíssima. Podia-se pensar que isso é causado em virtude do egoísmo, do individualismo que se instalou nesta terra por algum motivo não bem declarado ao longo de sua história. Em tempos de ditadura militar muitos foram torturados, exilados e humilhados na luta por seu próprio país, por um sistema governamental justo. Agora que surge a chance de rever os acontecimentos e resgatar a história recente do Brasil, com esclarecimentos, os principais interessados, os cidadãos brasileiros, continuam como muitos na época da ditadura: passivos ao que é imposto pelas autoridades.
 Mesmo depois de tanto sangue derramado, “misteriosamente”, em solo brasileiro, sangue de nossa gente, parece que permanece o descaso público em relação à vida de lutas, batalhas e sonhos que muitos tiveram. O problema não está simplesmente pairado no ar. O ponto é que o desleixamento brasileiro quanto ao passado da ditadura militar já começa na escola. Somos carentes em termos de período de tempo que o brasileiro gasta na escola, qualidade de professores etc. Acabamos por perder o desenvolvimento do pensamento crítico e, consequentemente, temos cidadãos que não se importam com o passado. Parece que nos esquecemos que nossos pais, avós, tios, bisavós e pessoas próximas em geral viveram nesse passado negro do Brasil.
Em termos de literatura, que é o tema central deste blog, também não temos muita coisa interessante. O livro Lord Baccarat, de Alcy Cheuiche, por exemplo, nos traz o cenário de ditadura militar, porém não como foco central. Através das palavras, podia-se implantar mais marcada e facilmente no pensamento das pessoas, a importância do passado brasileiro. Obviamente as editoras percebem que é muito mais fácil e culturalmente aceitável vender livros de romances adolescentes baratos e de baixa qualidade a nossos jovens. O livro, quando bem escrito, é capaz de levar pra dentro da história, além de estimular a imaginação do leitor deixando-o livre para montar detalhes do cenário, personagens e tudo mais
Em resumo, não precisamos nós, cidadãos, conhecer filosofia, clássicos da sociologia e antropologia para tomar consciência da importância e necessidade que nossa história tem. Se a justiça deve ser feita agora ou não com aqueles que mataram, torturaram e mancharam anos de nosso país, é uma ótima questão. É necessário que aprendamos a criticar e não falar mal, a argumentar ao invés de ignorar. Com isso estaremos cada vez mais longes de acontecimentos ocorridos no Brasil em décadas passadas.

Por: Mateus Gross 

Reforma Agrária

A reforma agrária é um sistema que regula e promove a divisão “justa” de terras em um estado, com o objetivo de reparar séculos de uma distribuição fundiária injusta que segue até aos dias de hoje. Isso causa uma grande desigualdade entre detentores de grandes porções de terras (latifundiários) e pessoas que não têm onde morar e produzir. Quatro anos depois do acordo firmado com o governo federal de assentar 400 mil famílias sem-terra no Brasil, sendo de 6 a 7 mil no Rio Grande do Sul, apenas 100 famílias receberam terras no estado. Por que tanta demora e dificuldades em assentar essas famílias?
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a situação agrária no Brasil em terras rurais, permaneceu praticamente inalterada nos últimos 20 anos. No senso agropecuário do IBGE, ficou comprovado que as propriedades que têm até 10 mil hectares representam um total de apenas 2,7% de todo o coeficiente de terras destinadas à agropecuária, sendo uma vasta maioria formada ainda, por latifúndios de mais de 1000 hectares. Isso mostra que os grandes fazendeiros ainda permanecem com a maioria das terras, ainda que sem produzir em muitas delas, enquanto que milhares de famílias ainda não têm onde morar e produzir.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) realizam ocupações nessas terras, por conta da demora na tomada de atitude do governo. Por exemplo, em Eldorado do Sul, cerca de 700 famílias entraram em uma área já desapropriada pela Justiça devido ao envolvimento do antigo proprietário em tráfico de drogas e armas, porém aguardam a vistoria do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Já em Sananduva, uma outra área de 1.500 hectares no município, controlada pelo Banco do Brasil também foi ocupada por 700 trabalhadores sem-terra. Para o coordenador estadual do MST, Sílvio dos Santos, as ações são resultado da morosidade dos órgãos competentes e falta de compromisso com as questões da terra no Rio Grande do Sul. "Principalmente a morosidade do governo do estado e do INCRA em realizar assentamento. Áreas que seriam passíveis de reforma agrária, áreas improdutivas, áreas usadas para atividades ilícitas que nós viemos denunciando e ocupando e o governo nada tem feito. Parece que no Rio Grande do Sul de fato há, uma decisão política de não fazer avançar a reforma agrária ou as pessoas que estão responsáveis, que estão dentro dos órgãos públicos para fazer a reforma agrária não compreendem de nada a questão da terra".
Então, podemos considerar que é responsabilidade do governo todo o processo de reforma agrária através do INCRA. Ao contrário do que a maioria pensa, a reforma agrária é realizada dentro das leis vigentes, respeitando a propriedade privada e os direitos constituídos. Existe, especificamente para a reforma agrária, a lei de desapropriação, garantida pela Constituição de 1988, instituída pelo Plano Nacional de Reforma Agrária, sob o decreto de lei nº 3.365, de 21 de junho de 1941, reformulado pela Constituição, o qual assegura o direito da União à desapropriação de terras ditas particulares, consideradas improdutivas, em decorrência da utilidade pública, especialmente para fins de Reforma Agrária. Não tem por objetivo apenas distribuir terras, mas sim garantir, aos pequenos agricultores, condições de desenvolvimento agrário e produtividade, gerando renda e melhores condições de vida para as famílias assentadas. O que está faltando para que as leis sejam cumpridas mais rapidamente é alguém competente para administrar essa questão. Além disso, esse problema não surgiu agora, vem se arrastando há muitos anos.



Por: Daiane Trein

terça-feira, 12 de junho de 2012

Uma história atual do século XVIII


                O que se passa um filho quando abandonado pelos pais logo no começo da vida?
                No livro Do Amor e Outros Demônios, de Gabriel Garcia Marquez, é contada a história de uma menina chama Sierva Maria, que ao nascer é rejeitada pela própria mãe e, com o passar do tempo, acaba sendo abandonada pelo pai também. A menina é criada pelos escravos do pai, tento muito pouca intimidade com sua própria família. A história vai se desenrolando até que chega um momento que, suspeita por estar possuída pelo demônio, seu próprio pai a interna em um convento para que possa ser tratada.
                Do Amor e Outros Demônios retrata uma história que acaba sendo, de certa forma, atual para o século XXI, mas claro, com contexto histórico do século XVIII e em uma cidade onde se vivia assolado pelo medo do vírus da raiva que assolava os moradores.
                O contexto de os pais abandonarem seus filhos e deixa-los para serem criados com outras pessoas acaba sendo tão comum hoje em dia. Acabamos vendou ou ouvindo pela mídia, inúmeros casos de abandonos dos pais, tanto por comodidade quanto por conformidade de saber que não terão condições de criar uma criança.
                No livro, o pai de Sierva Maria acaba internando a garota nos seus 14 anos, depois de convencido por outras pessoas de que a filha estava tomada pelo demônio, na atualidade, vemos pais abandonando filhos por outras razões como as drogas e bebidas, acabam internando seus filhos com clínicas de reabilitação e, também, em internatos.
                Existe atualmente na mídia cada vez mais relatos de filhos caídos no mundo do crime para conseguir de qualquer forma comprar alguma droga da qual acabou se viciando, o que pode nos dar uma comparação com o “vírus da raiva” abordado por Gabriel Garcia Marquez na sua história do caso da menina “possuída pelo demônio”.
                Por fim, fazendo um comparativo da história abordada na obra do autor, podemos ver que uma das abordagens é um assunto que está constantemente presente em nossas vidas, mesmo que não tão próximo, mas sempre em algum lugar do qual podemos estar informados sobre a situação. Podemos chamar o livro de um conto que estará sempre presente em nossas vidas, mesmo sendo um assunto tão delicado e importante nas nossas vidas.

Por: Fabio Martins

O fim, ou novo início

Thiago, um rapaz de 23 anos, era apaixonado por sua noiva Maria Eduarda, uma linda garota de 20. Os dois namoravam a 3 anos e, por problemas em sua família, Duda, como era chamada por todos, foi morar com Thiago quando estavam completando 2 anos de namoro.
Duda estudava Publicidade na Universidade Federal do estado e era estagiária em uma empresa qualquer. Thiago trabalhava na empresa de seu pai, onde tinha um cargo importante, pelo qual tinha que viajar muito. Juntos, eles conseguiam juntar um dinheirinho para pagar as contas, comprar a comida e se divertir um pouco.
A cada 5 meses, Thiago fazia uma viagem para vender alguns produtos de sua empresa. Ficava 2 semanas na outra cidade e sempre voltava com um presente para sua companheira.
Em uma de suas viagens, Thiago teve que passar a maior parte do tempo com Sophia, responsável pela empresa para a qual Thiago iria expor seus produtos. Sophia, uma linda loira com seus 27 anos, era uma mulher atraente aos olhos de qualquer homem, até mesmo aos de Thiago, que pensava só ter olhos para Duda.
Após uma longa tarde de trabalho, Sophia se ofereceu para apresentar a cidade a Thiago, que aceitou com excitação. Os dois saíram da empresa e foram tomar alguma coisa antes de sair pela cidade. Após quase uma hora conversando e tomando um café, os dois foram caminhar. Depois que Sophia mostrou os melhores lugares, ela levou o rapaz para assistirem um filme em seu apartamento. A noite foi agradável, mas Thiago tinha que ir embora, afinal, já estava tarde e ele ainda não havia ligado para Duda. Porém, o rapaz chegou tão cansado que nem lembrou-se de ligar para sua companheira.
Thiago trabalhou muito durante as semanas que esteve lá e Sophia o fez companhia todos os dias. Mas a carne é fraca, Sophia é linda e Duda estava longe, como o pobre Thiago aguentaria? Não se sabe. No ultimo dia que esteve lá, Sophia foi até o seu hotel se despedir. Thiago já não agüentava mais, e tacou-lhe um beijo, aquele beijo que nunca havia dado em Duda.
Chegando ao aeroporto, Duda esperava feliz seu parceiro, que chegou sem o presente que sempre trazia. No inicio, a garota nem reparou, mas depois lembrou e o perguntou por que não trouxe nada. Thiago disse que não tinha dado tempo para comprar, pois havia trabalhado muito.
O rapaz não parava de pensar naquela loira. Não conseguia tirar da cabeça aquela despedida. Pensava em quando voltaria para lá. Chegando no trabalho, no outro dia, recebeu a notícia de que teria que voltar para resolver algumas coisas que ficaram pendentes. Chegou em casa feliz, mas não queria demonstrar isto para Duda, que não estava muito bem. Ela estava se sentindo muito mal, estava enjoada e vomitando. No outro dia, Thiago teve que viajar e pediu para que uma amiga passasse a noite lá cuidando da Duda e o avisasse qualquer coisa.
Quando Thiago chegou na outra cidade, foi logo ver Sophia, que ficou surpresa com a presença dele ali. Os dois foram juntos para a empresa e voltaram juntos, para a casa de Sophia, onde tiveram uma excelente noite.
Todas as noites os dois saiam juntos da empresa e poucas noites, depois disso, os dois dormiam sozinhos. O pobre Thiago sabia que não era mais uma simples atração que estava sentindo pela Sophia e sabia também o que deveria fazer em relação à Duda.
A semana passou e Thiago voltou para casa, com a certeza de que chegaria e terminaria seu noivado com Duda. Foi embora sem avisá-la e ao chegar em casa, encontrou-a sentada no sofá e disse:
-Maria Eduarda, eu preciso falar contigo...
Ela olhou para ele com os olhos cheios de emoção e apenas o mostrou dois lindos sapatinhos de bebe que tinha comprado.

Por: Marcelli Pedroso

segunda-feira, 11 de junho de 2012

A literatura em pauta

Um novo blog criado para falar sobre os mais diversos livros, representado por Daiane Trein, Fabio Martins, Marcelli Pedroso, Mateus Gross e Rayra Krajewski